As atividades extracurriculares contribuem para o desenvolvimento global das crianças e dos adolescentes, uma vez que estimulam competências e habilidades pessoais e acadêmicas. As olimpíadas estudantis, por exemplo, fomentam a criatividade, a oralidade, o pensamento crítico, o raciocínio lógico e diversas características que contribuem para a formação dos estudantes dentro e fora da escola. Esses torneios ainda permitem o aprofundamento do conhecimento disciplinar e o contato com conteúdos que não costumam ser abordados no ensino regular.
Além disso, qualquer estudante pode participar dessas competições, independentemente do seu perfil ou da sua área de interesse. Quer saber mais? Então continue a leitura para descobrir o que são, como funcionam e qual é a importância das olimpíadas estudantis.
O que são olimpíadas estudantis?
Olimpíadas culturais, olimpíadas científicas, olimpíadas do conhecimento... Existem diversas formas de nomear essas competições. Mas a pluralidade dessa atividade extracurricular não se restringe ao nome. A resposta para a pergunta “o que são olimpíadas estudantis” também pode variar.
“Essas competições compreendem uma grande faixa etária, já que existem opções para estudantes desde o Ensino Fundamental I até a universidade. Por isso, há muitos tipos de olimpíada, com abordagens e propostas bem diferentes entre si”, explica Edmilson Motta, coordenador-geral do Colégio Etapa.
“No caso dos torneios voltados para as crianças e os adolescentes, o intuito é aumentar o interesse pelos conteúdos acadêmicos por meio de pesquisas e experimentos, do estudo de tópicos mais avançados e do aprofundamento de temas abordados dentro da grade curricular. Desse modo, as olimpíadas estudantis são uma forma de mostrar para os estudantes que o conhecimento acerca de uma disciplina pode ir além”, destaca Motta.
Inicialmente, as competições culturais possuem um caráter mais lúdico, uma vez que os jogos e as brincadeiras têm um papel fundamental no desenvolvimento infantil. Mas, conforme as faixas etárias avançam, a tendência é que os torneios se tornem mais desafiadores. “Assim, os participantes com melhor desempenho em determinadas matérias vão superando as etapas de cada competição, passando pelas fases estadual, nacional e, no caso dos estudantes mais velhos, internacional, cujos desafios apresentam níveis de aprofundamento e de complexidade altíssimos”, reitera Motta.
Como funcionam as olimpíadas estudantis?
Como explicitado anteriormente, cada torneio tem as suas particularidades. “Os candidatos podem realizar provas individuais ou em grupo, em um tempo limitado ou ao longo de vários dias”, afirma Motta.
As olimpíadas culturais também podem variar de acordo com as disciplinas. Os torneios de Física, por exemplo, costumam ter provas práticas ou teóricas por meio das quais são definidos os convocados para a etapa seguinte e a classificação final dos competidores. Nesse modelo, os estudantes são premiados individualmente. Porém, é possível encontrar competições de Física com provas em grupo, como o Torneio Internacional de Jovens Físicos (IYPT).
“Na primeira fase da competição, os participantes identificam e estudam as grandezas físicas e os parâmetros relevantes dos fenômenos descritos nos problemas anualmente propostos pela organização internacional do IYPT para produzirem um relatório científico em equipe. Na fase final, os melhores grupos apresentam seus trabalhos para um corpo de jurados e para os demais times, respondendo a perguntas e argumentando contra as críticas em um formato de disputa denominado Physics Fight”, explica Bruno Albuquerque, professor de Física do Colégio Etapa.
Já nas competições de Química, é comum encontrar provas escritas, seja em formato de testes ou com questões dissertativas. Mas os torneios dessa disciplina costumam ter diferenciais em comparação às olimpíadas de outras matérias.
“As olimpíadas de Química possuem competições em diversos formatos. A Olimpíada de Química do Estado de São Paulo (OQSP), por exemplo, tem uma prova de redação com tema químico na primeira fase e a segunda fase é composta por experimentos. Já o Torneio Virtual de Química (TVQ) é realizado em grupo e os alunos têm cerca de um mês para fazer pesquisas bibliográficas e discutir os temas propostos”, explica Victor Chida, professor de Química do Colégio Etapa.
Já as olimpíadas de Biologia exigem dos estudantes uma sólida preparação teórica e prática e abrangem conteúdos que frequentemente ultrapassam o currículo regular do Ensino Médio, como genômica, bioquímica e biotecnologia. “No Colégio Etapa, os alunos contam com treinamentos especializados em laboratórios, onde realizam atividades experimentais sofisticadas, aprimorando técnicas laboratoriais para competições nacionais e internacionais”, destaca Leonardo Carvalheira, professor de Biologia do Colégio Etapa.
As competições de Neurociências, por sua vez, seguem um modelo distinto, com questões feitas oralmente pelos avaliadores, exigindo que os estudantes respondam por escrito. "Com etapas regional, nacional e internacional, essas competições testam conhecimentos avançados em Anatomia, Fisiologia, Histologia e em doenças relacionadas ao sistema nervoso, estimulando o raciocínio ágil e o domínio aprofundado dos conteúdos”, afirma Daniel Berto, professor de Biologia do Colégio Etapa.
Já os torneios de Astronomia costumam contar com provas teóricas que são realizadas ora individualmente ora em grupo. Além disso, essas competições também possuem um exame observacional, no qual os estudantes precisam fazer um reconhecimento do céu a olho nu e por meio de recursos como cartas celestes, planetários, telescópios e softwares.
As Olimpíadas de Ciências, por sua vez, apresentam uma proposta interdisciplinar única, exigindo dos estudantes domínio simultâneo das áreas de Biologia, Química, Física, Astronomia e História. “No Colégio Etapa, os alunos são capacitados para resolver questões complexas que demandam conhecimentos transversais, estimulando uma visão científica ampla e preparando-os para desafios ainda maiores no futuro acadêmico e profissional”, explica Carvalheira.
Quer saber mais? Então descubra quais são os principais torneios estudantis, considerando todas as matérias:
Além de competições de disciplinas de Ciências da Natureza, os estudantes também podem participar de torneios ligados às áreas de Linguagens e Humanidades. Nas olimpíadas de Linguística, por exemplo, os competidores precisam responder a problemas interdisciplinares, que vão além do currículo tradicional do ensino básico.
“São questões cujas respostas os estudantes encontram por meio dos elementos do próprio problema apresentado no enunciado. Para tanto, é preciso compreender as relações entre os componentes da questão com base nas matérias aprendidas no ensino regular, o que exige a aplicação da disciplina com criatividade e lógica”, informa Antônio Giraldes, professor de Português do Colégio Etapa.
Já as competições de Humanidades são aplicadas em formato híbrido. “No caso da Olimpíada Nacional em História do Brasil (ONHB), por exemplo, os participantes competem em grupos formados por três estudantes e um professor. As equipes precisam realizar virtualmente uma tarefa que demanda observação, pesquisa e organização e descobrir qual é a resposta mais valiosa dos testes on-line, que apresentam mais de uma alternativa correta. Os grupos com a maior pontuação vão para a etapa final, que ocorre presencialmente”, esclarece Thomas Wisiak, professor de História do Colégio Etapa.
Vale destacar, ainda, as competições interdisciplinares. “Os torneios de Robótica contam com duas modalidades. A teórica é composta por uma prova de conhecimentos gerais, enquanto que, na prática, os participantes precisam construir robôs, desde a parte mecânica — desenvolvendo peças em softwares e impressoras 3D —, passando pela parte eletrônica — com a confecção de placas para controle dos motores e sensores — e, também, a parte de programação — para que os robôs resolvam problemas propostos em cada fase da competição”, explica Raphael Correia, professor de Robótica do Colégio Etapa.
“Na Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR), por exemplo, os estudantes constroem o robô e o programam para que ele siga em linha reta, desvie de obstáculos e passe por gangorras. O equipamento ainda precisa fazer o resgate de vítimas simuladas com bolas de isopor”, detalha Correia.
“A Olimpíada Brasileira de Informática (OBI) também possui duas modalidades, com níveis que variam de acordo com a faixa etária dos estudantes. Nas provas teóricas, os participantes respondem a testes que exigem concentração, lógica e velocidade. Já na outra modalidade, os estudantes precisam resolver os problemas propostos utilizando uma linguagem de programação e um computador. É importante destacar que, nessa modalidade, a correção é automatizada, ou seja, durante a prova, o aluno envia sua solução e recebe o feedback em tempo real, permitindo que faça ajustes e corrija eventuais erros. A competição conta com fases locais, estaduais e nacional, e os competidores mais bem classificados na última etapa são convidados a participarem da Semana Olímpica”, relata André Sousa, professor de Ciência da Computação do Colégio Etapa.
“Durante o evento, os estudantes do nível 2 da modalidade Programação participam das seletivas para a Olimpíada Iberoamericana de Informática (OII), para a Olimpíada Europeia de Informática para Garotas (EGOI) e para a Olimpíada Internacional de Informática (IOI). Nesses torneios, os participantes também precisam desenvolver um programa de computador para resolver os problemas propostos”, complementa Sousa.
“Já as competições de Matemática aplicam provas com problemas matemáticos que devem ser resolvidos em um tempo pré-determinado. Algumas questões de múltipla escolha geralmente são semelhantes ao que é exigido nos vestibulares, como no caso da Fundação Universitária para o Vestibular (Fuvest). Já os demais testes e as questões dissertativas, principalmente nas fases finais dos torneios, tendem a ser muito mais complexos”, comenta Régis Barbosa, professor de Matemática do Colégio Etapa.
Vale evidenciar que a Olimpíada Internacional de Matemática (IMO) é a principal competição cultural para estudantes do Ensino Médio do mundo. “Cada país envia uma equipe com seis estudantes, que realizam dois dias de prova. Cada exame tem três questões dissertativas, com problemas relacionados à pesquisa matemática, tornando o nível da competição altíssimo. É a olimpíada mais antiga e tradicional do mundo! Por isso, os participantes com um bom resultado nesse torneio costumam se destacar nos processos seletivos de universidades do Brasil e do exterior”, acrescenta Motta.
Qual é a importância das olimpíadas estudantis?
Em primeiro lugar, as olimpíadas do conhecimento se distinguem por estimularem o interesse pelos estudos. “Muitos estudantes se surpreendem com as disciplinas durante as competições, porque o modo como os tópicos são abordados nos torneios podem ser diferentes de como costumam ser trabalhados em sala de aula. Inclusive, essa é uma forma de descobrir quais técnicas de estudo funcionam melhor para cada matéria”, explica Motta.
Sem falar que as olimpíadas culturais também auxiliam os estudantes a descobrirem suas preferências acadêmicas e extracurriculares, o que pode ajudá-los a melhorar o desempenho escolar e a escolherem uma profissão.
“As competições nacionais e internacionais são uma oportunidade de os candidatos mais talentosos darem os primeiros passos em direção a futuras aplicações de seus conhecimentos em determinada área de pesquisa ou até no mercado de trabalho. Inclusive, muitos medalhistas olímpicos se tornaram cientistas, empreendedores e profissionais de extremo destaque. A maioria dos vencedores recentes da Medalha Fields, que é considerada o Prêmio Nobel da Matemática, foram condecorados na IMO, por exemplo”, destaca Motta.
As olimpíadas estudantis também contribuem para a aprovação dos estudantes em universidades de ponta do exterior, visto que a participação dos candidatos em atividades extracurriculares é avaliada no application. Além disso, algumas instituições brasileiras de ensino superior, como a Universidade de São Paulo (USP), a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e a Universidade Estadual Paulista (Unesp), possuem um processo seletivo exclusivo para estudantes que receberam medalhas em competições culturais renomadas. Essa modalidade é conhecida como vagas olímpicas.
Ademais, as olimpíadas estudantis de cada matéria contam com vantagens particulares. “Nas competições estudantis de Biologia, Ciências e Neurociências, os estudantes são estimulados a desenvolver o interesse por diferentes áreas científicas. Isso porque eles participam de atividades experimentais e de capacitação em grandes centros de pesquisa”, conta Berto.
"Na OQSP, os estudantes assistem a palestras de pesquisadores renomados, conversam com representantes da indústria, visitam laboratórios de pesquisa e participam de demonstrações de experimentos. Já nas olimpíadas internacionais, os participantes cumprem uma programação cultural extensa, que inclui visitas a museus e pontos turísticos importantes", destaca Chida.
“Já os estudantes que participam das olimpíadas de Geografia não só ampliam o conhecimento em relação aos tópicos dessa disciplina, como também passam a ter novas ferramentas para analisar fatos geográficos, o que contribui para um melhor rendimento nas provas regulares e nos diversos vestibulares do país”, frisa Paulo Inácio, professor de Geografia do Colégio Etapa.
“Ao treinarem para as competições de Matemática, os estudantes também se aprofundam em tópicos que são cobrados nos vestibulares brasileiros e, ainda, têm contato com temas trabalhados apenas no ensino superior. Além disso, os estudantes aprendem a enfrentar desafios que vão muito além da aplicação de fórmulas. Assim, os participantes ficam mais preparados para a universidade, tanto no sentido acadêmico quanto em relação ao amadurecimento pessoal”, avalia Barbosa.
“Já a ONHB estimula as capacidades analíticas, interpretativas, investigativas e o trabalho em equipe. Além disso, ao participarem dessa competição, os estudantes entram em contato com temas da atualidade, textos acadêmicos relacionados ao estudo da História e diversos documentos utilizados pelos historiadores”, destaca Wisiak.
“Nas competições de Linguística, os estudantes desenvolvem a criatividade, a disciplina e o poder de concentração e, ainda, ampliam a visão de mundo, por meio do contato com várias culturas. Assim, eles têm a oportunidade de entender como línguas bem diferentes produzem diversos significados”, conclui Giraldes.
“No geral, as olimpíadas estudantis contribuem para o aprendizado, estimulando o desenvolvimento de um repertório acadêmico. Sem falar que os estudantes precisam pensar “fora da caixa” para superarem os desafios, o que permite o acúmulo de experiências e o amadurecimento pessoal. Por último, vale frisar que os torneios permitem o contato com diferentes realidades socioculturais, seja por meio da socialização com outros estudantes ou dos lugares visitados durante as olimpíadas”, avalia Albuquerque.
Gostou de saber mais sobre as olimpíadas estudantis? O Colégio Etapa é uma das escolas com mais alunos premiados em todo o mundo. Na IMO, por exemplo, nós conquistamos mais medalhas do que nações como a Áustria, a Suécia e a Noruega. Acesse nosso site para saber mais!