Brincar é uma das atividades preferidas de qualquer criança. Mas engana-se quem pensa que os jogos e as brincadeiras devem fazer parte apenas dos momentos de lazer dos pequenos.
As atividades lúdicas possuem um papel fundamental no desenvolvimento das crianças. E graças às pesquisas desenvolvidas por diversos estudiosos, os jogos e as brincadeiras são cada vez mais presentes no currículo escolar de estudantes que estão na primeira etapa da educação básica.
Quer saber mais sobre a importância do ato de brincar na Educação Infantil? Então continue a leitura para descobrir quais são os principais benefícios dessa atividade para as crianças e como os jogos e as brincadeiras podem ser aplicados durante o processo de aprendizagem.
Qual é a importância do brincar na Educação Infantil?
A Educação Infantil possui uma importância especial, porque marca o início das descobertas fora do ambiente familiar e, ao mesmo tempo, é o primeiro passo no universo acadêmico. Consequentemente, a forma como essa etapa é conduzida interfere diretamente na maneira de as crianças se relacionarem com a escola, já que a Educação Infantil é responsável pela adaptação dos pequenos ao ambiente escolar e pelo processo de socialização.
“Entre o berçário e o período pré-alfabetização, as crianças têm mais dificuldade para se relacionarem com colegas da mesma faixa etária. Por isso, a Educação Infantil é fundamental. Os professores utilizam atividades lúdicas para fazer as crianças se adaptarem mais facilmente a esse novo universo”, explica Célia Passoni, coordenadora do Grupo Etapa.
Além disso, os jogos, as brincadeiras e as atividades artísticas também são fundamentais nos processos de aprendizagem e formação infantil. “Ao brincar, as crianças têm a oportunidade de criar e testar, o que contribui para o desenvolvimento infantil, uma vez que elas aprendem a lidar com êxitos e frustrações, estabelecem relações cognitivas, sensório-motoras e socioemocionais e desenvolvem noções sobre competitividade, cooperação, respeito e solidariedade”, afirma Fabiano Feijó, coordenador da Educação Infantil e do Ensino Fundamental I do Colégio Etapa São Paulo.
A importância dos jogos e das brincadeiras na Educação Infantil é tão consolidada no universo escolar quanto o uso dessas atividades no cotidiano acadêmico é antigo. “Os desafios lógicos já eram utilizados como táticas pedagógicas na Grécia Antiga. Porém, com o passar dos séculos, o homem passou a ter cada vez mais consciência sobre a importância das atividades lúdicas no ambiente escolar. O que a escola faz, atualmente, é adaptá-las de forma que contribuam para uma formação mais completa dos estudantes”, comenta Passoni.
Quais são os benefícios dos jogos e das brincadeiras na Educação Infantil?
“Essas atividades incentivam as crianças a pensarem em estratégias para superar desafios, deixar o jogo mais divertido ou até criar novas brincadeiras, o que estimula o desenvolvimento de aptidões sensoriais, motoras e cognitivas. Além disso, os jogos e as brincadeiras permitem que as crianças construam relações afetivas com os colegas e até mesmo com os brinquedos, desenvolvam o autoconhecimento e também conheçam melhor o outro, aprendendo a lidar e a respeitar os limites de cada um”, destaca Feijó.
Ademais, a ludicidade possibilita que os estudantes desenvolvam coordenação, socialização e movimento. “As atividades lúdicas podem vir acompanhadas de músicas, danças e representação de histórias, o que permite combinar diferentes artes com Ciências, Educação Física, linguagem e raciocínio lógico. As festas juninas, por exemplo, conciliam brincadeiras com a história e as tradições, enquanto as cantigas de roda podem ser aproveitadas para ensinar as partes do corpo e lateralidade. Há, ainda, as canções e os jogos de imitação, que trabalham o vocabulário infantil e a fonética”, pontua Passoni.
Assim, é possível atingir uma globalização ampla dos conhecimentos. “Por meio da vivência de um trabalho motor desenvolvido sobre linhas de figuras geométricas montadas no chão, por exemplo, as crianças tendem a se sentir mais seguras para desenhar e reconhecer essas formas, o que facilita o desenvolvimento do conhecimento teórico envolvido”, explica Feijó.
Por último, os jogos e as brincadeiras são uma forma de mostrar a importância de cumprir regras e de superar desafios. “De maneira geral, os jogos são atividades lúdicas que possuem regras, que até podem ser alteradas, mas que não deixam de existir. Já as brincadeiras possuem um caráter mais livre, não sendo necessário estabelecer diretrizes para o sucesso da atividade”, pontua Feijó.
“Desse modo, toda atividade lúdica pressupõe um desafio, pois prepara os participantes para lidarem com surpresas e motiva cada um a alcançar os objetivos desejados”, completa Passoni.
Como as brincadeiras e os jogos são aplicados na Educação Infantil?
Como dito anteriormente, a Educação Infantil é responsável pela adaptação e socialização das crianças dentro do universo escolar. Por isso, os jogos e as brincadeiras são aplicados com o objetivo de fazer os pequenos se sentirem à vontade nesse novo ambiente e círculo social. “Ao serem inseridas no ciclo escolar, as crianças passam a vivenciar mais atividades coletivas, em detrimento de ações individualizadas. E, nesse processo, é fundamental que os estudantes se sintam importantes dentro do grupo e aprendam a reconhecer o valor dos seus colegas”, afirma Feijó.
Nesse sentido, uma ponte entre o ambiente escolar e o lar é “brincar de casinha”, uma das atividades preferidas das crianças, já que é no seio familiar que ocorre o primeiro contato que elas têm com trabalho em equipe e responsabilidades individuais. “É comum ver as crianças envolvidas em brincadeiras que reproduzem situações domésticas e familiares, como brincar de cozinhar, varrer a casa ou cuidar das bonecas”, pontua Passoni.
“Além disso, brincadeiras de faz de conta, jogos de montar quebra-cabeças e histórias lúdicas com super-heróis também fazem parte do cotidiano das crianças. Uma dica é disponibilizar fantasias e acessórios, que incentivam o imaginário infantil. Já os brinquedos que fortalecem o equilíbrio, como andar na corda bamba e formar torres com blocos, e jogos de memória contribuem para que as crianças aprendam a associar formas, cores e espessuras às imagens”, complementa a coordenadora do Grupo Etapa.
Contudo, é preciso considerar a faixa etária e as particularidades de cada criança antes de propor qualquer atividade lúdica. “Estudos importantes sobre a educação estabeleceram fases de aprendizado, com base no desenvolvimento cognitivo, emocional e motor das crianças. Por isso, as atividades propostas devem respeitar a individualidade dos estudantes, incluindo os ritmos de aprendizagem de cada um e a faixa etária do grupo. Assim, é possível definir as atividades que eles são capazes de realizar, o que contribui para a evolução do aprendizado”, afirma Feijó.
“A gama de brinquedos e atividades lúdicas é complexa. Por isso, o professor tem um papel primordial nessa etapa da vida infantil, devendo usar a imaginação para elaborar os jogos e as brincadeiras, pois é por meio delas que a experiência dos pequenos será enriquecida. Além disso, é preciso retomar os conhecimentos repassados para que os estudantes consigam fixar as habilidades adquiridas. Assim, ao deixarem a Educação Infantil, as crianças estarão aptas a desenvolverem as competências necessárias para se tornarem estudantes comprometidos com o aprendizado”, destaca Passoni.
Ademais, a prática de esportes e a leitura devem estar presentes desde o início da vida. Enquanto a prática esportiva favorece a formação da musculatura e da motricidade, desenvolver desde cedo o hábito de ler contribui para o aprimoramento das habilidades cognitivas, criativas, linguísticas, lógicas e de concentração, por exemplo.
“As crianças devem ter acesso a livros simples, com boas ilustrações. Além disso, é importante que elas participem da leitura, de modo que desenvolvam a capacidade de recontar, de imaginar e de completar as histórias. É comum que os pequenos leitores peçam para repetir várias vezes a mesma leitura, até que decorem e antecipem as páginas dos livros, o que se torna um exercício de memorização”, diz Passoni.
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