Segundo o Consulado-Geral do Brasil em Tóquio, mais de 200 mil brasileiros residem atualmente no Japão. Cursar a graduação em uma faculdade japonesa está entre os motivos que levam cidadãos do nosso país a migrar para as terras nipônicas.
Mas, afinal, você sabe quais são as vantagens de estudar no Japão? Neste artigo, nós explicamos por que vale a pena fazer a faculdade nesse país asiático e como são os processos de candidatura das instituições japonesas de ensino superior. Continue a leitura para conferir!
A “Terra do Sol Nascente”, como o Japão é conhecido, constitui a terceira maior economia do mundo, além de ser o único país asiático a fazer parte do G8 – grupo formado pelas oito nações mais industrializadas do planeta. O arquipélago formado por mais de 6,8 mil ilhas também detém a 19ª colocação no ranking mundial de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), cujo o último balanço foi divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2020.
A economia forte e a sociedade desenvolvida se refletem na qualidade da educação japonesa. O país abriga algumas das melhores instituições de ensino superior do mundo, com cinco universidades do Japão figurando no Top 100 do QS World University Rankings 2022:
“A princípio, o interesse em estudar no Japão tinha um viés mais cultural, mas logo surgiram outras motivações. O investimento em educação por parte do governo japonês é bastante significativo, o que possibilita que as universidades locais tenham uma infraestrutura surpreendente. O destaque do país na área de Tecnologia também me motivou bastante”, afirma Bruna Nakamura, aprovada no MEXT – principal programa de bolsas de estudo do Japão.
De fato, as instituições japonesas de ensino superior se destacam pela modernização científica e tecnológica. O país possui alguns dos melhores programas de STEM¹ do mundo, os quais incluem iniciativas ligadas à Robótica, Nanotecnologia e Inteligência Artificial, por exemplo.
“O Japão conta com excelentes universidades de Ciência e de Tecnologia. Quem tem interesse em estudar Engenharia no exterior, por exemplo, vai encontrar muita inovação nos cursos de graduação desse país”, comenta Murilo Artese, college counselor do Colégio Etapa.
O arquipélago asiático também oferece ótimas opções para aqueles que se interessam por outras áreas do conhecimento. A University of Tokyo e a Kyoto University estão entre as 100 melhores instituições internacionais de ensino superior para estudar Artes e Humanidades, de acordo com o Times Higher Education (THE).
Quer saber mais? Confira, no infográfico abaixo, uma lista com as dez melhores universidades do país, segundo os principais rankings educacionais do mundo.
A forte economia japonesa faz com que o país asiático tenha uma das moedas mais valorizadas do mundo, o iene. Por isso, quem pensa em estudar no Japão deve investir em um bom planejamento financeiro. Outra dica é procurar programas de bolsas de estudo oferecidos pelo governo japonês, como o MEXT, realizado anualmente pelo Ministério da Educação, Cultura, Esporte, Ciência e Tecnologia.
“Fiquei sabendo da existência desse programa pelo Colégio Etapa. É uma bolsa de estudos bem completa, que não só viabilizou a minha graduação no Japão, como também possibilitou que eu conseguisse fazer o mestrado na mesma universidade”, explica Gabriel Dante, ex-aluno do Curso Etapa que se graduou em Engenharia de Sistemas na Osaka University.
O programa é aberto para candidatos brasileiros que não tenham dupla nacionalidade japonesa ou mais de 25 anos. Os estudantes também precisam apresentar comprovantes de conclusão do Ensino Médio e de proficiência na língua inglesa, além de ter um conhecimento básico no idioma japonês e realizar uma entrevista.
A maior parte das bolsas de estudo é destinada aos cursos ligados à Tecnologia. No entanto, há opções para quem deseja estudar outras áreas do conhecimento, como Ciências Biológicas e Humanidades. As inscrições devem ser realizadas entre os meses de abril e junho, por meio das universidades japonesas ou dos consulados e das embaixadas do Japão no Brasil.
Uma particularidade do MEXT é que os candidatos à graduação não escolhem a instituição de ensino superior em que desejam estudar. Essa definição ocorre de acordo com o desempenho de cada um no foundation year – curso preparatório para estudantes internacionais ingressarem nas universidades do Japão. O programa aborda tanto a língua e a cultura japonesas como outras matérias relevantes à área de estudo dos educandos.
Todas as bolsas de estudo garantem a isenção das anuidades das faculdades, além de passagens de ida e volta para o Japão, um curso de língua japonesa de um ano e ajuda de custo mensal. Para manter o benefício, os candidatos devem ter um bom desempenho acadêmico e uma boa frequência nas aulas. “É uma oportunidade muito legal, mas os estudantes precisam ser muito dedicados”, enfatiza Artese.
Aprender a escrever e a falar em japonês pode representar um desafio adicional para estudantes ocidentais, tendo em vista que a maioria das línguas nativas dessa parte do mundo são latinas e anglo-saxãs, as quais contam com características bem diferentes dos idiomas orientais. Por isso, as universidades do Japão aceitam candidatos que não têm proficiência na língua oficial do país.
“Não é necessário dominar o idioma local para estudar no Japão. Inclusive, algumas instituições de ensino superior do país oferecem cursos de japonês, assim como o MEXT. Dessa forma, os estudantes podem fazer uma graduação de ponta e ainda aprender o idioma, o que faz toda a diferença para o currículo”, avalia Artese.
Vale destacar que compreender a língua oficial do país é fundamental para o processo de adaptação e na trajetória universitária dos estudantes internacionais.
A ideia de fazer a graduação em uma universidade japonesa vai muito além da possibilidade de adquirir um conhecimento de ponta dentro da sala de aula. Os benefícios de estudar no Japão também envolvem a oportunidade de conviver com uma cultura totalmente diferente.
O território japonês é conhecido mundialmente por sua cultura milenar, que une tradição e modernidade. E essa realidade pode ser facilmente percebida por qualquer um que desembarca no país.
A arquitetura do arquipélago, por exemplo, é uma prova da convivência harmoniosa entre o passado, o presente e o futuro que existe nessa nação. Ao mesmo tempo em que o país conserva castelos, palácios e templos centenários, o Japão também conta com muitas construções modernas e de alta tecnologia.
“De maneira geral, estudar no exterior é muito interessante em termos de trocas culturais. Afinal, os estudantes internacionais podem realizar uma imersão na cultura local, compartilhar um pouco sobre os costumes do seu próprio país e conhecer mais sobre as tradições de outras nações, com colegas que também vieram do exterior. E o Japão, especificamente, conta com uma cultura completamente diferente da realidade brasileira. Sem falar na gastronomia e no turismo local”, destaca o college counselor do Colégio Etapa.
Cada universidade japonesa conta com o seu próprio processo de admissão. Por isso, as datas de inscrição e os pré-requisitos podem variar. Sendo assim, quem deseja estudar no país deve consultar o site das instituições de ensino superior desejadas para saber como e quando se candidatar.
Em geral, os estudantes precisam reunir uma série de documentos, como o histórico escolar do Ensino Médio, uma carta de recomendação e um personal statement², por exemplo. A documentação, que deve ser traduzida para o inglês ou o japonês, pode ser enviada por meio do application form.
"Algumas instituições pedem que os documentos sejam despachados de forma física. Nesses casos, os estudantes precisam se preparar para encaminhá-los um mês antes do prazo final das candidaturas, pelo menos. Dessa forma, eles conseguirão garantir que a documentação chegue a tempo no Japão", explica o college counselor do Colégio Etapa.
“O Setor Internacional me ajudou bastante com a preparação e o envio dos documentos. Participar de atividades extracurriculares, como as olimpíadas científicas e o curso de japonês, também contribuiu para a minha aprovação. Outro ponto são os exames de admissão, cujo conteúdo difere um pouco do que é trabalhado no Ensino Médio do Brasil. Nesse caso, eu acredito que estudar por meio de provas anteriores foi fundamental”, destaca Bruna Nakamura.
Há, ainda, universidades que solicitam o Examination for Japanese University Admission (EJU) – teste por meio do qual avalia-se se os estudantes internacionais apresentam as habilidades acadêmicas e o nível de proficiência na língua japonesa tidos como obrigatórios para fazer alguns cursos de graduação no país. O exame analisa a capacidade de leitura, escrita e audição no idioma japonês; conhecimentos básicos em Ciências da Natureza – Biologia, Física e Química – e Matemática; além de noções de mundo e sobre o Japão.
Já para comprovar a proficiência na língua inglesa, as universidades japonesas aceitam os certificados do Test of English as a Foreign Language (TOEFL), do International English Language Testing (IELTS) e do Duolingo ou documentos que comprovem a realização de um curso de idioma.
Vale ressaltar que, apesar de nem sempre ser obrigatório, ter proficiência nesse idioma é visto como um diferencial nos processos de admissão das instituições japonesas de ensino superior. O nível de fluência dos candidatos pode ser comprovado por meio do Japanese Language Proficiency Test (JLPT).
“Aprender japonês o quanto antes não só poderá ajudar você nos processos seletivos das universidades do Japão, como também facilitará a sua adaptação no país. Nesse caso, a dica é conquistar uma pontuação entre os níveis 2 e 3 do JLPT”, sugere Dante.
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¹STEM: abordagem pedagógica que agrupa disciplinas ligadas a Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática, com o intuito de promover a inovação científica e tecnológica.
²Personal statement: carta de motivação ou ensaio pessoal que costuma ser exigido por algumas universidades de países como o Reino Unido, o Japão e os Estados Unidos.