De acordo com o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), aplicado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o percentual de estudantes do 5º ano do Ensino Fundamental com níveis de aprendizado adequado em Matemática aumentou de 23,7% para 48,9% em dez anos. E uma forma de contribuir para o crescimento desses índices envolve o ensino dessa disciplina desde a primeira infância.
Isso porque o processo de aprendizagem na Educação Infantil contribui para o desenvolvimento de competências e de habilidades essenciais para as próximas etapas da vida das crianças. Mas, afinal, como ensinar Matemática para os pequenos?
Uma forma de estimular o interesse dos estudantes mais jovens por essa matéria envolve jogos e brincadeiras. Quer saber mais? Então continue a leitura para entender a importância da ludicidade para a aprendizagem infantil e como as crianças podem aprender Matemática brincando.
A primeira etapa da educação básica tem um papel fundamental para o desenvolvimento acadêmico das crianças, uma vez que pode determinar a maneira que elas se relacionarão com a escola nos ciclos seguintes. Por isso, os professores devem estimular a curiosidade dos pequenos para que eles se engajem com as atividades realizadas em sala de aula e, consequentemente, desenvolvam o gosto e o hábito de estudar.
Nesse sentido, o lúdico pode contribuir para a aprendizagem e a formação infantil. “A ludicidade permite a realização de experimentos relacionados aos conteúdos trabalhados em sala de aula, o que é fundamental para o processo de aprendizado. Além disso, as atividades lúdicas proporcionam momentos de socialização entre as crianças e promovem a compreensão sobre as regras que estabelecem o relacionamento entre os indivíduos”, explica Maria Carolina Maldonado, coordenadora pedagógica da Educação Infantil e do Ensino Fundamental I do Colégio Etapa Vila Mascote.
“A ludicidade também permite que os pequenos demonstrem um conhecimento sobre si e a respeito do mundo que os rodeia. Por isso, os professores devem planejar atividades lúdicas que se conectem com os conceitos que desejam promover ou as habilidades que almejam estimular em sala de aula”, completa Denise Santos, coordenadora pedagógica da Educação Infantil e do Ensino Fundamental I do Colégio Etapa Valinhos.
“Vale destacar que o trabalho lúdico é uma importante ferramenta para a aprendizagem em qualquer área. À medida que as crianças se divertem enquanto aprendem, elas desenvolvem cada vez mais competências frente ao conhecimento que estão desenvolvendo. Logo, as atividades lúdicas têm um caráter significativo para a educação, especialmente na infância”, avalia Fabiano Feijó, coordenador pedagógico da Educação Infantil e do Ensino Fundamental I do Colégio Etapa Vila Mariana.
Agora que você já compreende a importância da ludicidade para a aprendizagem infantil, pode estar se perguntando como as crianças podem aprender Matemática por meio de jogos e brincadeiras. Primeiramente, é preciso entender quais são os tópicos dessa disciplina que devem ser trabalhados durante a Educação Infantil e o Ensino Fundamental I para, em seguida, avaliar de que forma as atividades lúdicas podem ser utilizadas em sala de aula.
“Durante as aulas de Matemática da Educação Infantil, os estudantes aprendem a contar e a reconhecer os números. Além disso, os professores estimulam o desenvolvimento do raciocínio lógico e ensinam conceitos como agrupamento, classificação e seriação de elementos, geometria e quantidade”, destaca Santos.
“Nessa etapa, as crianças também exploram formas, medidas e orientações espaçotemporais a partir da vivência prática desses aprendizados. Já no Ensino Fundamental I, os docentes introduzem novos conteúdos a partir dos conhecimentos pré-adquiridos pelos estudantes. De maneira geral, elas aprendem as quatro operações matemáticas – adição, subtração, multiplicação e divisão -, conjuntos numéricos, estatística, frações, formas geométricas, gráficos, grandezas, medidas, probabilidade, proporcionalidade e sistemas monetários”, acrescenta Feijó.
“E ao longo do tempo, o nível de dificuldade é ampliado, com a retomada constante dos conteúdos. Dessa forma, os professores possibilitam o aprofundamento dos conceitos, o estabelecimento de inter-relações entre os conteúdos e o desenvolvimento da base necessária para os ciclos posteriores”, afirma Maldonado.
“O ensino da Matemática demanda concentração, métodos de estudo adequados e raciocínio lógico. E os jogos, por terem regras bem definidas, podem auxiliar na solução dos desafios propostos, uma vez que propiciam aos estudantes o desenvolvimento do conhecimento por meio da prática e, ainda, o protagonismo durante o processo de aprendizagem”, explica Feijó.
“As crianças podem aprender Matemática brincando por meio de jogos de dominó, imitação, memória e tabuleiro, por exemplo, que tornam a manipulação dos números mais divertida. Além disso, os professores também podem incluir músicas e brincadeiras de pular amarelinha ou corda, desenhar figuras geométricas e fazer mímica. Organizar os brinquedos por cor, forma e ordem de tamanho ou inventar novos jogos também pode ser muito divertido e educativo”, sugere Santos.
“Além disso, existem várias situações que podem se tornar formas divertidas de as crianças aprenderem Matemática. Ao brincarem de cozinhar, elas podem compreender as unidades de medida de massa. Já as brincadeiras que envolvem idas à feira ou ao mercado são ótimas formas de trabalhar as operações matemáticas básicas e o sistema monetário”, aponta Maldonado.
“Essas atividades podem ser realizadas individualmente ou em grupo e, ainda, com jogos de mesa, de chão ou virtuais. O importante é que todas as brincadeiras tenham uma orientação e uma motivação permanentes, para que os professores possam avaliar o desempenho das crianças, fazendo intervenções que visem a consolidação do aprendizado”, acrescenta Santos.
“O lúdico pode ser uma ferramenta para o ensino da Matemática tal como ocorre nos laboratórios de inovação, onde os estudantes fazem experimentos para comprovar ou refutar uma tese. A partir do momento em que eles são estimulados a testarem de forma prática as teorias apresentadas pelos professores, passam a fazer parte do processo de aprendizagem, deixando de ser um mero espectador passivo. Isso contribui para que o conhecimento se desenvolva de forma mais eficiente”, complementa Maldonado.
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