O Curso Etapa realizou mais uma edição do Ciclo Etapa de Orientação Profissional (CEOP) no dia 24 de agosto. O evento, realizado no formato híbrido, foi destinado aos estudantes interessados em conhecer as particularidades da carreira de Medicina.
Os profissionais convidados foram Patrícia Tempski, médica pediatra e coordenadora de Ensino e Pesquisa da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP); e Mílton de Arruda Martins, professor de Clínica Médica e coordenador do curso de Medicina da FMUSP.
Julio Min Fei Zhang, ex-aluno do Curso Etapa e atualmente cursando o 4º ano de Medicina da FMUSP, também participou do evento. Juntos, eles esclareceram as dúvidas dos alunos sobre os principais aspectos da profissão.
Tempski explica que, atualmente, são aplicados três tipos de currículos nos cursos de Medicina do Brasil, sendo que cada currículo é dividido em ciclos de ensino:
O processo para escolher uma especialidade começa durante a graduação, de modo que o estudante vai vivenciando as experiências acadêmicas até decidir a área de interesse no período final ou após o curso.
“Durante a graduação, o aluno tem a oportunidade de participar de disciplinas optativas, ligas acadêmicas, atividades de pesquisa e diversos programas que permitem o contato com inúmeras áreas médicas. Dessa forma, é possível conhecer as áreas de interesse e se aprofundar nelas. A Medicina exige uma formação muito longa, pois são muitas possibilidades”, explica Mílton Martins.
A Residência Médica é uma pós-graduação com duração de dois a cinco anos. Para completar a formação, o estudante deve prestar concurso para um hospital que oferece o programa de Residência na especialidade escolhida.
Após esse período, o recém-formado recebe uma licença para atuar em clínicas, hospitais, unidades básicas e outros centros de saúde na área em que se tornou especialista. Contudo, Martins reforça que nem todo médico precisa, necessariamente, optar pela Residência. “Em alguns casos, é possível fazer um outro tipo de especialização ou continuar atuando como médico generalista”, afirma.
A pesquisa científica em Medicina é outra área promissora. Assim como ocorre na escolha das especialidades, o estudante também descobre a aptidão para a pesquisa durante a vivência universitária.
Patrícia Tempski destaca que o perfil acadêmico da universidade é decisivo para que o jovem possa se dedicar intensamente às oportunidades científicas. No entanto, também é possível que um estudante de Medicina consiga participar de projetos de pesquisa, mesmo que a instituição de ensino não tenha foco científico.
“O profissional sempre pode adquirir conhecimentos relevantes para a sua carreira. Ser médico e pesquisador é a mesma coisa, porque o estudo nunca acaba. A cada caso, é possível aprender uma coisa nova”, ressalta.
Antes de seguir carreira em Medicina, Julio Zhang ponderou sobre o estilo de vida que gostaria de ter no futuro. “Pensei nas experiências que viveria durante o meu cotidiano, especialmente porque a Medicina tem carga de trabalho extensa. Se você está praticando um hobby, pode simplesmente parar quando se cansar. Mas quando você estiver exercendo a profissão de médico e se cansar, só poderá descansar após o término do seu plantão”, conta.
Patrícia Tempski reforça a importância de o estudante ter resiliência para enfrentar os desafios que a realidade da profissão impõe. “O mais legal na Medicina é encontrar um propósito. Todos os dias, o médico tem a chance de impactar positivamente a vida do paciente. Se o profissional tem clareza disso, a superação dos obstáculos se torna mais fácil”, conclui.