As cartas de recomendação são documentos exigidos pelas universidades internacionais durante o application – processo de seleção para os programas de estudos no exterior. Elas devem ser escritas por terceiros (também chamados de “recomendantes”), escolhidos pelos próprios estudantes (os “recomendados”).
Esse documento permite que a instituição de ensino analise o potencial e os fatos relevantes da história do candidato, sob o ponto de vista de uma pessoa que já conhece a trajetória pessoal e acadêmica daquele jovem. A carta de recomendação é um relato que permite saber quem é o estudante, suas qualidades em uma perspectiva mais ampla, o que pretende para o futuro e as principais características pessoais.
“Trata-se de um documento requisitado por universidades de diversos países. A carta de recomendação aborda questões acadêmicas, disciplinares e motivacionais dos candidatos”, explica Cristina Tavares, coordenadora do Setor Internacional do Colégio Etapa.
Geralmente, as cartas devem ser apresentadas juntamente com outros documentos, como o histórico escolar e as notas em exames de admissão, tais como o TOEFL e o IELTS, que avaliam a proficiência na língua inglesa.
Existem dois tipos mais comuns de cartas de recomendação: de professores e de counselors (orientadores pedagógicos). “As cartas dos professores focam no rendimento do estudante em disciplinas específicas. Já as cartas dos orientadores se concentram em aspectos pessoais do candidato, como a inserção no colégio, o rigor acadêmico e o histórico de atividades extracurriculares. Ambas são de extrema importância e têm o mesmo peso no processo seletivo”, completa Tavares.
A seguir, saiba como obter esse documento, considerando as exigências das instituições internacionais de ensino superior.
O primeiro passo é conhecer as regras de admissão estabelecidas pela instituição de ensino para a qual o estudante pretende se candidatar. Essas informações podem ser consultadas na plataforma do application e nos editais dos programas internacionais, que fornecem detalhes sobre o número de cartas de recomendação para a candidatura e quem deve redigi-las.
Geralmente, exige-se três cartas de recomendação, sendo duas elaboradas pelos professores e uma pelo orientador pedagógico. Em casos específicos, como nas candidaturas ao Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos, é necessário que uma das cartas seja escrita por um professor de Ciências Humanas e a outra, por um professor de Ciências Exatas.
“Existem universidades que consideram a possibilidade de o estudante enviar mais cartas. Por exemplo, no caso de um jovem que pratica esporte competitivo, pode ser interessante solicitar uma carta ao treinador. Já uma pessoa que faz balé pode incluir uma carta do professor de dança. Muitas vezes, vale a pena enviar uma carta de recomendação de cunho artístico, esportivo ou que contemple um trabalho voluntário, mas é preciso avaliar se esses documentos adicionais serão relevantes para a candidatura e se as instituições estarão dispostas a aceitá-los”, aconselha Tavares.
Também é importante conhecer o edital de cada processo de seleção para entender quais aspectos da trajetória acadêmica do estudante serão mais atrativos. Com essas informações, o candidato poderá orientar os recomendantes com mais facilidade para a elaboração da carta.
Entre os pontos mais requisitados em cartas de recomendação, estão características como resiliência, inteligência emocional, criatividade, resolução de problemas, persuasão, liderança, proatividade, ética, pensamento crítico, motivação, atitude positiva, trabalho em equipe, flexibilidade e organização.
“O processo de seleção das universidades internacionais é mais holístico, pois o intuito é conhecer o candidato além das notas do boletim e saber mais sobre os aspectos intelectuais e culturais. As instituições buscam, ainda, evidências de liderança, trabalho em equipe, intelectualidade, espírito empreendedor e altruísmo. Elas querem conhecer o ser humano”, afirma a coordenadora do Setor Internacional do Colégio Etapa.
Além disso, há informações básicas que devem constar nas cartas de recomendação, como a identificação de quem escreveu (nome completo, telefone, e-mail e assinatura); qual é a relação do recomendante com o recomendado; há quanto tempo eles se conhecem; e qual é o cargo ocupado pelo autor da carta na escola, universidade, empresa ou instituição.
É importante, ainda, que os candidatos aos processos de seleção internacionais saibam como enviar a carta de recomendação. Esse tipo de informação também consta no edital da seleção. Muitas universidades permitem que o próprio candidato realize o upload do documento no sistema, enquanto outras exigem que o envio seja feito pelo recomendante.
Agora que você já sabe o que são as cartas de recomendação e quais são as principais exigências das universidades internacionais em relação a elas, é hora de colocar o conhecimento em prática. Confira algumas dicas para conseguir cartas de recomendação que se destaquem nos processos seletivos do exterior:
Elaborar uma boa carta de recomendação, com informações personalizadas, exige tempo, atenção e dedicação. Por isso, saiba qual é o prazo para o envio do documento e deixe isso claro para os recomendantes. Eles precisam ser avisados com antecedência para pensar e elaborar a carta de modo assertivo.
Pessoas próximas, que já conhecem o candidato e participam de seu convívio social, terão mais facilidade para formular a carta de recomendação.
“Quando o aluno informa que vai se candidatar a uma vaga no exterior, o Setor Internacional do Colégio Etapa já fornece as primeiras orientações sobre estudos e atividades extracurriculares. Em primeiro lugar, o candidato precisa estreitar o relacionamento com professores e orientadores com os quais se identifica e, ainda, participar de atividades dentro e fora da sala de aula. Isso facilita o processo de elaboração das cartas de recomendação”, orienta Cristina Tavares.
Também é importante fornecer aos recomendantes o maior número de informações possíveis que devem constar no documento. Destaque experiências práticas, como projetos de pesquisa, trabalho voluntário, estágios remunerados e não remunerados, por exemplo. Lembre-se de que a carta de recomendação deve dialogar com o restante do application.
Um encontro pode ajudar a estreitar a relação e deixar claro quais são as metas do estudante com relação à candidatura.
Além disso, evite usar modelos de cartas de recomendação. Esse documento deve ser personalizado para cada candidato e é recomendável que seja usado apenas uma vez, em uma candidatura específica.
O ideal é que a carta tenha uma página e destaque os principais atributos do candidato, seus diferenciais e como o estudante pode contribuir para a vida acadêmica da instituição para a qual pretende se candidatar.
Além disso, o idioma usado na carta de recomendação pode variar em cada processo seletivo. Geralmente, as instituições exigem que a carta seja redigida em língua inglesa. No entanto, há casos em que outros idiomas também são aceitos, dependendo da localização da universidade. É importante se atentar a essa informação no edital.
“A carta de recomendação pode fazer toda a diferença para a aprovação do estudante, considerando o volume de candidatos que concorrem a uma vaga na mesma universidade. Se os estudantes apresentarem notas e resultados parecidos, por exemplo, as cartas de recomendação acabam sendo uma maneira de destacá-los”, conclui Cristina Tavares, coordenadora do Setor Internacional do Colégio Etapa.
Quer saber mais sobre como cursar a graduação no exterior? Então acesse a página do Setor Internacional no site do Colégio Etapa e fique por dentro de informações importantes para o processo de application.