A dedicação aos estudos é a chave para um bom desempenho acadêmico. Mas estudar por um longo período não significa necessariamente que o rendimento escolar vai aumentar. Isso porque a qualidade do estudo tem um impacto maior que a quantidade de horas dedicadas a essa atividade.
Aplicar técnicas de estudo eficazes pode contribuir para o aprendizado. Pensando nisso, listamos os 10 métodos que podem ajudar o seu filho a mandar bem na escola e os principais erros cometidos na hora de estudar. Vamos lá?
Fazer um planejamento semanal dos estudos facilita muito a aprendizagem. Ao distribuir os conteúdos ao longo do tempo, o estudante desenvolve organização, autoconhecimento e evolui gradualmente. “Se ele deixa para estudar na última hora, a chance de reter o conteúdo é menor”, afirma Marcelo Dias, coordenador do Grupo Etapa.
O plano de estudos deve contemplar as disciplinas e os seus tópicos separados por dia e horário. O ideal é estudar diariamente, mesmo que seja por um curto período de tempo. Nesse caso, o estudante deve reservar um tempo maior para os conteúdos que considera mais difíceis.
Além disso, esse planejamento deve ser refeito semanalmente para acompanhar o desenvolvimento do estudante. “O ato de estudar envolve paciência, disciplina e autorregulação, porque a evolução não é linear. Por isso, sempre será necessário replanejar o estudo”, explica Dias.
Revisitar os conteúdos estudados ajuda o cérebro a fixá-los. “O processo de aprendizagem envolve a necessidade de sempre retomar o conhecimento, revisando aquilo que se aprendeu”, comenta o coordenador do Grupo Etapa.
Muitos estudantes acreditam que a revisão envolve apenas a releitura, porém praticar também facilita a memorização. “O estudante que faz uma revisão periódica, revisitando a teoria, resolvendo diferentes tipos de exercício ou produzindo o seu próprio resumo, rende mais”, afirma Dias.
Os flash cards também são uma forma de revisar os conteúdos. O estudante pode deixar alguns post-its com fórmulas e breves conceitos fixados no seu local de estudo ou em seu caderno.
Fazer resumos é uma das técnicas de estudo mais utilizadas pelos estudantes. Mas, segundo um artigo da Association for Psychological Science (APS), esse método possui baixa eficácia.
O professor Marcelo Dias explica que o problema é a forma como os resumos são elaborados. “Esse método é interessante, mas o estudante precisa desenvolver a técnica. Ele deve ler a teoria, fazer alguns exercícios e só depois fazer o resumo, criando a sua própria explicação. O texto pode até conter desenhos e figuras. Outro estudante pode não entender, mas quem escreveu vai pegar o resumo depois de uma semana e saber o porquê de uma determinada ilustração, por exemplo”, esclarece.
Uma dica é criar fichamentos antes de fazer os resumos. Depois de ler o conteúdo, o estudante pode fazer uma síntese esquemática com as informações mais importantes. Posteriormente, essa referência pode servir como uma bibliografia para a elaboração dos resumos.
Os estímulos auditivos são outra forma de memorizar conteúdos. Um dos métodos de estudo que exploram esse sentido são as táticas mnemônicas, que usam músicas e frases engraçadas para criar associações com os tópicos das matérias. Mas, apesar de considerar que este é um método elaborado, a pesquisa da APS aponta que ele só funciona em casos específicos.
Representar informações por meio de desenhos, figuras, gráficos e tabelas também é uma forma de fixar o conteúdo. Elaborar esquemas como os mapas mentais, um tipo de diagrama que associa imagens e textos, também contribui para o aprendizado, além de estimular a criatividade.
Entretanto, segundo o estudo da APS, esses métodos têm algumas ressalvas: eles ajudam na memorização, mas podem limitar a imaginação e serem pouco eficazes no caso de conteúdos mais extensos. “Intercalar diferentes técnicas é mais eficiente, porque o estudante trabalha diversas áreas do cérebro e guarda a informação de diferentes formas na memória”, comenta Dias.
De acordo com a pesquisa da APS, a resolução de exercícios é uma técnica de estudo duas vezes mais eficiente do que os outros métodos. Além das questões das apostilas, o estudante também pode responder simulados.
As provas também devem ser aproveitadas para testar o conhecimento e reavaliar o plano de estudo, a fim de melhorar o desempenho posteriormente. “Quando o estudante se vê diante de uma prova, podem surgir dúvidas sobre determinados conceitos que não teve enquanto estudava. Por isso, é importante entender que esse é o momento para explorar mais o aspecto do aprendizado e avaliar novas técnicas de estudo”, explica Marcelo Dias, coordenador do Grupo Etapa.
O professor ainda destaca que o estudante deve buscar resolver questões de níveis variados. “O estudante deve fazer exercícios que correspondam ao estágio de aprendizado em que ele se encontra. Mas, se ele continuar resolvendo questões do mesmo patamar, não vai conseguir evoluir. Então é preciso variar o nível de dificuldade dos exercícios e se expor a diferentes situações para absorver melhor o conhecimento”, complementa Dias.
Muitos estudantes estudam diversos conteúdos de uma mesma disciplina para só depois passarem para a próxima, porém essa pode não ser a prática mais eficaz.
Segundo a pesquisa da APS, intercalar o estudo de diferentes disciplinas beneficia o aprendizado e o desenvolvimento das funções cognitivas. Esse método ajuda o estudante a aumentar o tempo de concentração plena, resultando em maior rendimento no mesmo período de tempo.
Adotar essa prática também estimula o aprendizado interdisciplinar, cada vez mais comum nos vestibulares. “Se o estudante está se dedicando a uma disciplina de Exatas, pode intercalar com matérias de Humanidades, por exemplo”, afirma o coordenador do Grupo Etapa.
O uso do marca-texto é uma das técnicas de estudo mais utilizadas, já que é simples e exige pouco esforço. Mas a pesquisa da APS mostrou que esse método é pouco eficiente.
Apesar de grifar conteúdos contribuir para a memorização das informações, essa prática não possui benefícios além de ajudar na leitura do material. Nesse caso, o professor Marcelo Dias destaca que o problema é a falta de técnica.
“Muitos cometem o erro de grifar tudo, o que faz esses destaques perderem a importância. Por essa razão, o estudante deve grifar apenas aquilo que julgar mais importante, depois de fazer uma primeira leitura”, conclui Dias.
O acesso à internet permite que os estudantes explorem mais recursos, de diferentes fontes de informação e em formatos variados, como as videoaulas e os podcasts, por exemplo.
Mas é preciso ter cuidado para não cair nas fake news. O estudante precisa verificar se a fonte é confiável, se as informações são verdadeiras e avaliar se o veículo de comunicação possui credibilidade, comparando com outros meios.
Além disso, o estudo não deve ficar restrito a esses materiais online. “Se o estudante simplesmente lê o conteúdo ou assiste um vídeo e não pratica, rapidamente vai esquecer aquilo que estudou”, afirma o coordenador do Grupo Etapa.
Segundo o estudo da APS, a formulação de perguntas sobre os conteúdos estudados favorece o aprendizado, assim como, a elaboração de respostas com as próprias palavras sobre o assunto em questão. Essa técnica ajuda o estudante a compreender, dominar e memorizar as informações.
Esses dois métodos de estudo, que podem ser aplicados em conjunto, contribuem para o desenvolvimento cognitivo do estudante. “São estratégias de estudo metacognitivas, que envolvem o comportamento na hora do estudo. O estudante deve ter comprometimento para avançar nos estudos e conseguir aumentar seu rendimento”, afirma Marcelo Dias, coordenador do Grupo Etapa.
Esse método de estudo é considerado um dos mais eficazes pelo professor. “Muitos estudantes não têm esse hábito, mas reservar um tempo para estudar usando lápis e papel traz bons resultados e realmente funciona”, destaca.
Utilizar meios eletrônicos pode ser bastante conveniente, mas os celulares, computadores e tablets podem gerar distrações. Segundo um estudo publicado na revista acadêmica Educause Review, o uso das telas digitais em excesso para a leitura pode impactar negativamente o desenvolvimento cognitivo das crianças.
Ter papel e lápis em mãos ajuda o estudante a compreender melhor a matéria. Além disso, esses materiais são essenciais para fazer um rascunho. “Essa estratégia permite que o estudo fique mais guardado na memória, já que o estudante faz suas próprias anotações sobre o conteúdo”, explica Dias.
Agora que você já sabe quais são as melhores técnicas de estudo, pode estar se perguntando qual delas é a mais eficiente. Além disso, é preciso estar atento a alguns erros mais cometidos na hora de estudar. Saiba quais são eles abaixo!
Organizar bem o tempo de estudo é fundamental. Se o estudante não distribuir adequadamente os conteúdos ao longo do tempo, pode não conseguir estudar tudo o que precisa. “Sem ter horários pré-estabelecidos para estudar, não se cria o hábito”, afirma Marcelo Dias, coordenador do Grupo Etapa.
O ideal é fazer um planejamento semanal que inclua a aplicação de diferentes métodos para estudar um mesmo conteúdo. “A situação mais favorável para o estudante é aquela em que ele distribui o estudo ao longo do tempo, consegue resolver exercícios de graus variados de dificuldade e fica exposto a uma situação de cobrança, ou seja, uma prova”, destaca Dias.
Além disso, o estudante também precisa ser organizado com suas coisas. “Se ele não sabe onde está um resumo que fez sobre determinado conteúdo e perde tempo procurando, consequentemente o estudo irá render menos”, explica o coordenador.
Todo estudante tem uma área de interesse, ou seja, aquelas disciplinas com as quais se identifica mais. Entretanto, muitos cometem o erro de achar que podem se dedicar menos às outras matérias.
Quanto mais o estudante se interessar por uma gama maior de matérias, maiores serão as oportunidades de aprendizado. “Alguém que só gosta de uma disciplina deixa de aprender tópicos importantes de outras matérias que, inclusive, podem ajudar a melhorar o raciocínio em sua área de maior interesse”, explica Dias.
O estudante deve ter em mente que todas as disciplinas são importantes. Se ele possui dificuldades em uma matéria, não pode desanimar e deixá-la de lado. Além de aplicar as melhores técnicas de estudo, esse estudante também pode contar com o apoio de professores, colegas e plantonistas.
Montar um plano de estudos é um dos métodos mais indicados. Mas, para que essa prática tenha resultado, o estudante precisa seguir o planejamento. É fundamental respeitar as horas de estudo. “O estudante deve se comprometer a render o máximo possível nesse período”, afirma Dias.
Além de ter comprometimento, o estudante deve avaliar se conseguiu render por todo o período reservado para os estudos ou se só conseguiu se concentrar por um curto período de tempo. “No começo pode até ser um pouco difícil, mas o estudante pode desenvolver a disciplina. Ter responsabilidade é um ideal que deve ser alcançado”, pontua.
O foco não deve se restringir apenas ao estudo em casa, mas também em sala de aula. “O estudante deve aproveitar ao máximo o que o professor está oferecendo. Se ele fica distraído durante as aulas, vai ter que estudar tudo sozinho depois”, completa o coordenador.
Pais e filhos se acostumaram a fazer diversas tarefas simultaneamente. Mas essa habilidade pode prejudicar os estudos. “É difícil se concentrar em várias atividades ao mesmo tempo. O ideal é se dedicar a uma tarefa por vez para fazer bem feito”, opina Dias.
A sobrecarga também pode prejudicar o rendimento na escola. “Às vezes, o estudante planeja uma série de atividades que não cabem no tempo que ele tem. Isso gera uma sobrecarga ou um acúmulo de matéria, o que o desmotiva a estudar”, destaca o professor.
O estudante deve respeitar os seus limites na hora de montar o seu planejamento. Ter momentos de pausa durante o estudo contribui para um resultado melhor, já que ajuda o cérebro a “dar uma arejada”. “Manter a mente limpa, tranquila e focada naquilo que está fazendo ajuda o estudante a render muito mais do que se estivesse fazendo uma série de atividades ao mesmo tempo”, garante Dias
Muitos estudantes passam a noite assistindo séries ou até mesmo estudando. Outros têm dificuldade para dormir e ficam rolando na cama por horas. Em ambos os casos, o rendimento na escola pode ser prejudicado.
“Para aumentar a capacidade de concentração da criança e do jovem, é fundamental dormir oito horas por noite e ter um sono de qualidade”, afirma Dias. Uma dica é proporcionar um ambiente agradável para o sono do seu filho, desligando equipamentos que podem distraí-lo, como o celular e a televisão.
Ter uma alimentação saudável e balanceada também é essencial para um bom desempenho na escola.
Além de adotar as melhores práticas de estudo e evitar erros comuns na hora de estudar, outros fatores podem ajudar o seu filho a ter um melhor desempenho acadêmico. Um deles é ter um local de estudo adequado. “Se o estudante está em um ambiente com a televisão ligada, onde toda hora passa alguém, ele está desperdiçando tempo”, ressalta.
Os pais podem ajudar os filhos nessa tarefa, disponibilizando um local apropriado para os estudos, sem barulhos e distrações. Além disso, é fundamental respeitar a hora do aprendizado, evitando interrupções.
Outra contribuição que os pais podem dar é apoio. A família é essencial para o filho se sentir motivado a estudar. “Quando surgir uma oportunidade, não perca a chance de elogiar. Se o desempenho na escola não estiver tão bom, os pais devem procurar entender qual é a causa e o que pode ajudar o estudante a melhorar”, pontua.
O interesse dos pais também é um fator motivador para as crianças e os adolescentes. Converse com o seu filho sobre as suas habilidades e os seus interesses e incentive-o a se dedicar a eles por meio de atividades extracurriculares, por exemplo.
As aulas extraclasse possuem inúmeros benefícios para a formação do estudante. Elas complementam o ensino acadêmico e contribuem para a sua evolução física, cultural, social e emocional. Quer saber mais? Então confira o infográfico abaixo:
Gostou dessas dicas sobre como o seu filho pode melhorar o rendimento na escola? Aplicando as melhores técnicas de estudo, evitando erros comuns e contando com o apoio e o incentivo dos pais durante o processo, o estudante não só vai aumentar o seu desempenho acadêmico, como também vai se sentir mais motivado a se dedicar aos estudos.
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