Nos exames de Química da Fuvest, Vunesp, Unicamp, Unifesp e Enem nota-se o predomínio claro de questões envolvendo Físico-Química e Química Geral. Mais da metade de todas as questões desses vestibulares trataram desses dois assuntos, sendo isso uma tendência que ocorre já há algum tempo. De modo geral, as provas mantiveram o padrão e o nível de exigência das edições anteriores, mas cabe destacar que a prova da 2ª fase da Unicamp contou com questões desafiadoras e muito exigentes no tocante à interpretação dos textos e sua correlação com gráficos e tabelas.
Confira as tendências do vestibular para Química:
Enem
Mantendo a divisão de assuntos do ano anterior, a prova do Enem 2017 teve o predomínio de questões de Físico-Química e de Estrutura da Matéria: 75% delas abordaram esses dois assuntos. As questões envolveram temas do cotidiano, do sistema produtivo, da produção de fármacos, de química ambiental, entre outros. A interpretação dos textos das questões e a correlação com os conteúdos de Química estudados no Ensino Médio foram um ponto fundamental para o perfeito entendimento das questões.
A cada edição, o nível das questões do Enem aumenta em dificuldade. Nesta questão, cinco conjuntos de pilhas, formados por duas pilhas cada, eram usados para acender um led. Uma questão muito bem formulada e de difícil interpretação por parte dos candidatos.
Fuvest – 1ª fase:
Abordando os principais temas da Química, a prova cobrou muitos conceitos, poucos cálculos e bastante interpretação de textos. Novamente a dupla formada por Química Geral e Físico-Química tomou conta de mais da metade das questões. Um fato pitoresco foi que uma das questões abordou uma temática interdisciplinar muito interessante, envolvendo conceitos de Geografia, mais precisamente o encontro das águas oceânicas com águas fluviais e sua correlação com as diferenças de salinidade de ambas.
Uma questão extremamente criativa! Juntando conceitos de Geografia e de Química, cobra a interpretação de quatro gráficos e a correlação de três deles com as informações dadas no corpo da questão. O interessante desta questão é que não bastava ao estudante ter um bom conhecimento de Soluções/Solubilidade ou de Hidrografia, era necessário que ele juntasse ambos os conceitos para resolver o problema proposto.
Fuvest – 2ª fase – 2º dia:
A prova deste ano cobrou um único tema, Química Geral, tendo como foco o assunto Gases e Misturas Gasosas. Acompanhando a tendência do ano anterior, a prova foi adequada ao público do segundo dia, uma vez que as questões foram diretas, bem escritas e não envolveram muitos cálculos químicos.
Mais uma vez, no segundo dia de provas da 2ª fase, a Fuvest mescla conceitos básicos de Matemática com estudo de Gases Ideais, um tema frequente nas questões de Química. Foi uma questão contextualizada e que usou o lançamento de aviões em porta-aviões para formular uma questão criativa e bem adequada ao público desse dia.
Fuvest – 2ª fase – 3º dia:
Diferentemente da prova do dia anterior, a prova do terceiro dia foi marcada por questões de elevada complexidade que exigiram muita atenção e profundo conhecimento dos conceitos da Química, mais especificamente de Físico-Química. Um fato relevante foi que um terço das questões era de Química Orgânica.
A Fuvest inovou o modo de cobrar os Aspectos Quantitativos de uma Eletrólise, apresentando duas montagens, uma em série e outra em paralelo, de três cubas eletrolíticas alimentadas por uma fonte de corrente contínua e monitoradas por um amperímetro. O candidato tinha de escolher em qual montagem a massa de metal depositada num dos eletrodos era maior e calcular o valor dessa massa. Além do conhecimento específico de Eletrólise o candidato deveria ter em mãos os conceitos básicos de Eletricidade aprendidos na Física.
Unicamp - 1ª fase:
Mantendo a tendência dos grandes exames vestibulares, a dupla Química Geral e Físico-Química esteve presente em mais de 75% das questões. As questões foram todas contextualizadas, com enunciados claros e bem escritos. Cabe ressaltar que, diferentemente do ano anterior, um terço das questões cobrou cálculos químicos, fato pouco comum para esse exame.
Diferentemente do ano anterior, a prova da Unicamp contou com algumas questões envolvendo cálculos químicos. Um exemplo típico disso foi essa questão que envolveu Estequiometria, na qual pedia-se para determinar a quantidade de matéria que estava em excesso na mistura inicial.
Unicamp - 2ª fase:
Uma prova muito exigente! Envolvendo temas do cotidiano, combustíveis e química ambiental, foi marcada por questões longas e trabalhosas, que exigiram dos candidatos uma boa interpretação dos textos, além da análise de gráficos e tabelas.
Talvez tenha sido a prova mais trabalhosa dos vestibulares paulistas que têm uma das fases com questões dissertativas. Cobrou, além dos conhecimentos de Química do Ensino Médio, uma grande habilidade em lidar com situações novas e pouco exigidas nos grandes exames.
Com uma temática ambientalista focada na produção de CO2 pela atividade pecuária e uma comparação entre a dieta vegana e a dos "amantes de carne" (expressão usada pela banca para se referir aos consumidores que têm na carne bovina a base de sua dieta), a questão apresentava dois tipos de gráfico e pede a correlação entre os dados apresentados por eles. Uma questão muito trabalhosa, tanto na interpretação dos dados como na elaboração da resposta.
Vunesp – 1ª fase:
Mais uma vez, mais de metade da prova contou com questões de Físico-Química, com enunciados claros, diretos e pouca contextualização. A banca examinadora produziu uma prova de baixa complexidade, que se mostrou adequada para uma 1ª fase.
Termoquímica é um dos assuntos mais presentes nos grandes vestibulares paulistas e no Enem. A novidade é que esta questão apresenta os valores das Entalpias de Formação dos compostos utilizando gráficos, fato incomum, porém bastante interessante, pois tira o candidato de uma zona de conforto, exigindo que ela interprete as informações dadas para poder usá-las.
Vunesp – 2ª fase:
Seguindo o foco da 1ª fase, a prova teve o predomínio de questões de Físico-Química. Os enunciados eram claros, sem erros e muito bem escritos, possibilitando à banca examinadora uma boa avaliação dos candidatos. Uma única restrição ao conteúdo da prova – contando com apenas três questões, uma delas poderia ser de Química Geral, tema que não foi abordado nessa fase.
Pode-se afirmar que essa seja a maneira mais tradicional de se cobrar uma questão de química orgânica. Em um dos itens são cobrados aspectos relativos às características das moléculas orgânicas, já o outro mescla Isomeria Espacial e Solubilidade.
Unifesp
Mantendo o formato do ano anterior, a prova da Unifesp contou com questões diretas e claras, abordando Físico-Química e Química Orgânica. Mais uma vez, todas as questões contaram com dois itens cada e na maioria delas versaram sobre assuntos diferentes. Desde o ano passado, o pano de fundo das questões da Unifesp mudou, deixou de tratar apenas de assuntos ligados à área de Saúde.
A questão aborda o tema Soluções de duas formas distintas. No item a é cobrada uma explicação do por que uma determinada solução é condutora: no item b pede-se que o candidato calcule a concentração molar da mesma.