A prova de Matemática do Enem 2017 manteve suas principais características, mas também conseguiu inovar em alguns aspectos. O estilo de questões contextualizadas, algumas envolvendo interpretação de gráficos/tabelas, continuou presente no exame, porém nota-se a presença de assuntos mais técnicos, como inequações logarítmicas, juros compostos, funções trigonométricas e noções de cônicas.
O estilo de prova, com 45 testes de enunciados elaborados, com bastante informação relevante, contribui para uma dificuldade natural desse exame, mas percebe-se uma abordagem mais direta em algumas questões desta edição, com textos menos exaustivos, favorecendo o candidato para o bom entendimento do que se pedia. Em alguns casos eram exigidas capacidades envolvendo cálculos aritméticos mais precisos.
Os tópicos mais tradicionais, como Geometria, Combinatória/Probabilidade, Porcentagens, Razões e Proporções, Funções e Estatística também se mostraram mais exigentes que nos anos anteriores, ou seja, apesar de enunciados mais curtos, em geral a prova de Matemática foi mais difícil, confirmando a tendência observada há alguns anos de que cada vez mais a prova do Enem se aproxima dos exames de 1ª fase das universidades estaduais paulistas.
Por ser a mais importante forma de acesso às universidades brasileiras, o Enem tem se especializado gradativamente em montar uma prova que exige conteúdo teórico unido à capacidade de leitura e interpretação de dados.
A prova de Matemática da Fuvest novamente surpreendeu pelo alto grau de complexidade das suas questões, tanto na 1ª como na 2ª fase. Apesar de apresentar uma 1ª fase com enunciados precisos, muitas vezes sem qualquer contextualização, envolvendo assuntos clássicos como Geometria, Combinatória e/ou Probabilidades e Funções, quase todas as questões foram bastante exigentes, às vezes na criatividade para uma possível solução e às vezes na bagagem teórica de que o candidato deveria dispor para sua resolução.
Notou-se também a presença de alguns tópicos pouco comuns na 1ª fase da Fuvest, como gráficos de funções trigonométricas e Polinômios com requintes de Números Complexos, mais comuns nos exames dissertativos de 2ª fase. Contou também com questões que envolviam mais de um assunto, como Trigonometria aplicada à Geometria, além da tradicional questão interdisciplinar, que neste ano foi dividida com Física.
Recentemente, a Fuvest já se mostrava um pouco mais exigente em suas provas de Matemática da 1ª fase e na última edição conseguiu superar o ano anterior nesse quesito.
A 2ª fase da Fuvest 2018 também foi marcada pelo alto grau de exigência aos candidatos, tanto no segundo dia (prova geral) como no terceiro dia (prova específica), sempre com baixa contextualização. No segundo dia foram cobradas três questões de assuntos muito clássicos: Geometria Analítica, Geometria Plana e Combinatória/Probabilidade, um aumento significativo quando comparado ao exame do ano anterior, quando só foi cobrada uma questão de Matemática na prova geral.
O terceiro dia foi marcado por uma prova com seis questões muito técnicas, algumas com alto grau de complexidade, envolvendo tópicos importantes do Ensino Médio, como Geometria (plana/espacial), Funções, Trigonometria, Sequências e Combinatória/Probabilidade, todas com pelo menos dois itens, o que permite o fracionamento da nota do candidato em cada uma das questões, uma delas envolvendo tópicos de Geografia, conforme mostrado a seguir.
O exame de Matemática da Unicamp 2018 mostrou-se bem menos exigente que a Fuvest e diminuiu a sua tradicional contextualização das questões, tanto na 1ª quanto na 2ª fase, mas continua sendo uma prova razoavelmente técnica, que necessita de conceitos teóricos.
Com enunciados curtos e diretos, as provas cobraram um vasto conteúdo do Ensino Médio, como Funções, Probabilidades, Geometria Plana, Matrizes, Números Complexos, entre outros, com grau de dificuldade entre baixo e médio, principalmente na 1ª fase, prova com 14 testes, um deles interdisciplinar e todos com quatro alternativas.
Uma característica marcante dos exames da 2ª fase é que as seis questões têm dois itens cada uma e, recentemente, pelo menos um deles envolve demonstração matemática, que certamente traz alguma dificuldade a mais para grande parte dos candidatos.
Alguns assuntos clássicos, como Exponenciais/Logaritmos e Geometria Espacial ficaram ausentes nessa edição, mas em ambas as fases foram cobrados outros tópicos também relevantes, como Trigonometria e Geometria Analítica.
A prova de Matemática do vestibular da Vunesp é a que tem menos questões das estaduais paulistas, apenas oito testes em sua 1ª fase, sendo um deles interdisciplinar em algumas edições. Na 2ª fase, apenas três questões dissertativas, geralmente com dois itens.
O grau de dificuldade das questões assemelha-se muito ao das provas recentes da Unicamp, em ambas as fases, e há questões que envolvem alguma contextualização no enunciado. Os assuntos preferidos giram em torno de Geometria (plana/espacial), Funções, Geometria analítica, entre outros. Há uma questão da 1ª fase envolvendo gráfico de função trigonométrica, algo pouco comum em seus exames recentes.
Algumas vezes a Vunesp surpreende os candidatos com alguma questão inovadora, seja pelo tema abordado ou pela forma como o assunto é explorado. Em 2018 foi a vez da Hipérbole, que apareceu na forma de função real, mas pode ter assustado alguns candidatos no primeiro contato, como se verifica na questão a seguir.
A prova específica da Unifesp vem com cinco questões dissertativas, todas com dois itens e contextualizadas.
O grau de dificuldade da prova mais recente foi mais ameno que nos anos anteriores, com algumas questões bem acessíveis, principalmente no primeiro item, e nenhuma questão que de fato fizesse diferença na nota dos candidatos dos cursos mais concorridos, como Medicina.
Os assuntos escolhidos são clássicos do Ensino Médio, como Porcentagens, Funções, Geometria, Combinatória/Probabilidades e Trigonometria, em detrimento de outros tópicos que eram bastante presentes em seus exames, como Exponenciais/Logaritmos e Geometria Analítica.