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Tendências do Vestibular para História – Com Sociologia e Filosofia

Escrito por Prof. Thomas Wisiak | 26/02/2018 12:37:00

Confira as tendência do vestibular para História:

 

Enem:

A prova de História do Enem 2017 trouxe maior equilíbrio na distribuição das questões entre História Geral e História do Brasil, mas seguiu a tendência de um maior número de perguntas sobre o período republicano. Neste caso, foram abordados temas clássicos como os períodos de autoritarismo político do Estado Novo e após o golpe de Estado de 1964 em contraste com o período democrático entre 1945 e 1946, exigindo bom domínio da cronologia.

Em relação ao período monárquico, também foi abordado um tema clássico – a escravidão, se bem que exigindo grande habilidade na análise de imagem e capacidade de contextualização, além da política fundiária por meio da Lei de Terras de 1850, o que impôs cuidados com o vocabulário.

 

Na parte de História Geral o destaque foi para a Era Contemporânea, ou seja, a História mais recente, exigindo domínio de conteúdo, como o programa de recuperação econômica dos EUA após a crise de 1929, conhecido como New Deal, a ordem mundial logo após a II Guerra Mundial, baseada na noção de Direitos Humanos como um valor universal, além de aspectos das Artes no início do século XX – no caso, o movimento futurista.

É importante notar a preocupação com a História da África. Neste caso tivemos uma questão sobre o papel do império do Mali em pleno século XIV, que somente uma boa interpretação do texto poderia ajudar a resolver.

 

 

Fuvest – 1ª fase:

Na 1ª fase da Fuvest a prova de História destacou a Era Contemporânea, exigindo domínio de conteúdo, como as artes no início do século XX – no caso, o movimento futurista e suas relações com o fascismo italiano, a política sistemática de perseguição e de campos de concentração de prisioneiros no contexto da II Guerra Mundial e a Declaração Universal dos Direitos Humanos, publicada pela ONU em 1948. No caso da História Antiga e da História Medieval as questões exigiram uma perspectiva mais abrangente e comparativa dos processos históricos.

Seguindo outra tendência nos últimos anos, História da América e História da África marcaram presença na prova da 1ª fase da Fuvest, sendo abordados assuntos específicos do programa, como o conflito interno no Império Inca no momento da conquista espanhola da América ou então as conexões entre a descolonização na África da segunda metade do século XX e o fim do regime autoritário em Portugal conhecido como salazarismo.

Chamaram atenção uma questão de História Moderna que abordou as conexões entre ciência e contexto político, exigindo muita concentração na leitura e análise das afirmações a serem julgadas corretas ou incorretas e o pequeno número de questões de História do Brasil, que se concentraram no período colonial.

 

 

Fuvest – 2ª fase – 2º dia:

A 2ª fase da Fuvest, na prova geral, avaliou a capacidade do estudante de observar, analisar e contextualizar um mapa de São Paulo no século XIX, a habilidade em estabelecer comparações entre textos de diversos formatos e o contexto da Guerra Fria, além de um grande domínio de cronologia da história da República do Brasil, compensando a ausência dessa parte no programa na 1ª fase.

 

 

Fuvest – 2ª fase – 3º dia:

No terceiro dia da 2ª fase, que traz as questões de conhecimento específico, a prova exigiu capacidade de observação de gráficos – no caso das populações indígenas na América à época da chegada dos europeus, análise de imagens e contextualização – como no caso da questão sobre Despotismo Esclarecido –, e interpretação de textos, como no caso do colonialismo britânico na Índia do século XIX e dos movimentos migratórios no Brasil dos séculos XIX e XX. Em outras palavras, para fazer uma boa prova de História o aluno deveria ter grande domínio de conteúdo e de cronologia, além de familiaridade com técnicas de análise de imagens, gráficos e interpretação de textos.

 

Unicamp – 1ª fase:

A 1ª fase da Unicamp trouxe uma lista de questões abordando as várias partes do programa de História, dando, entretanto, ênfase para a Era Contemporânea, especialmente em relação à questão dos Direitos Humanos. Neste caso, os destaques foram: a condição feminina no século XVIII e no século XIX e o conhecido protesto dos atletas afro-americanos na Olimpíada do México de 1968, registrado em fotografia que já foi utilizada em provas de outros grandes vestibulares.

 

               

 

De maneira geral, as questões exigiram bastante cuidado na leitura e interpretação dos enunciados para o perfeito entendimento da intenção dos exercícios, supondo um vocabulário bastante amplo por parte do estudante.

 

Unicamp – 2ª fase:

Já na 2ª fase as questões de História Geral lançaram um importante olhar para o Oriente, abordando o significado social do comércio de especiarias na Europa Medieval, bem como os estereótipos construídos no Ocidente acerca dessa parte do mundo – o chamado “orientalismo”, consagrado na obra do estudioso palestino Edward Said. Também foram abordadas a concepção de arte no regime nazista e suas formas de violência.

Na parte de História do Brasil a prova enfatizou aspectos sociais nos períodos colonial e monárquico, levando em conta a condição de mulheres ricas e pobres, negros e ex-escravizados, e a memória do período militar difundida na Nova República a partir do projeto Brasil: Nunca Mais.

 

 

Vunesp – 1ª fase:

As questões de História da 1ª fase da Vunesp enfatizaram a parte de América, seja abordando a época da conquista europeia, seja cobrando um assunto do início do século XX – no caso, a Revolução Mexicana, com predomínio de questões de nível básico de complexidade, desde que o estudante tivesse bom domínio de conteúdo e habilidades como análise de imagens e principalmente de interpretação de textos.

 

 

Vunesp – 2ª fase:

Na 2ª fase, curiosamente, a Vunesp mais uma vez trouxe questões sobre Idade Média, Era Contemporânea, Brasil Monárquico e Brasil Republicano, abordando temas clássicos e exigindo habilidades como interpretação de textos e gráficos, com predomínio de questões de nível médio de complexidade.

 

 

SOCIOLOGIA

Enem

A prova de Sociologia abordou questões como a condição indígena e o fenômeno da globalização, mas também trouxe temas recorrentes como indústria cultural, gênero e política. Um bom exemplo é a atualidade da política de cotas de gênero em candidaturas partidárias.

 

 

Vunesp – 1ª fase:

Na 1ª fase da Vunesp encontramos questões relacionadas à Sociologia nos temas da construção social do conhecimento, da política e do fanatismo político, além da indústria cultural. Já na 2ª fase tivemos uma questão sobre positivismo, eurocentrismo e a construção social do conhecimento. Como sempre, a prova buscou abordar um programa de sociologia bastante diverso, percebendo-se, no entanto, a preocupação com cultura e política.

 

Unicamp:

Como informado pela própria Comvest, o vestibular da Unicamp tradicionalmente relaciona questões de Sociologia à área de Geografia. Dessa forma, a questão da 1ª fase (ver abaixo) abordou o terrorismo internacional, enquanto a questão da 2ª fase lidou com a desigualdade econômica e social, além de pedir aos alunos alguma compreensão do significado do conceito de “Estado de bem-estar social”.

 

 

FILOSOFIA

Enem:

Nos últimos cinco anos a prova de Filosofia do Enem ficou marcada por uma diversificação cada vez maior das habilidades e competências exigidas dos candidatos. Em geral, além da interpretação de textos, a prova tem exigido conhecimentos específicos em história da Filosofia, bem como familiaridade com conceitos e temas consagrados da tradição filosófica, atrelados a uma articulação com outras áreas do conhecimento, como História, Literatura etc.

Entre os temas mais frequentes no Enem 2017 destacam-se a área de Ética Contemporânea (Jürgen Habermas), Filosofia Política Moderna (contratualismo e liberalismo), Epistemologia Moderna (Descartes, Locke e Hume) e alguns temas de Filosofia Antiga (Pré-socráticos, Sócrates, Platão e Aristóteles). Vale ressaltar que a prova se diferenciou um pouco dos anos anteriores por exigir maior domínio de conteúdo, independentemente dos textos apresentados.

 

 

Unicamp:

No caso da Unicamp, o manual do candidato recomenda atenção às partes do programa de História que dizem respeito a História da Filosofia, sendo que a resolução das questões nos últimos anos tem dependido basicamente da interpretação de textos.

 

Vunesp – 2ª fase:

A prova de Filosofia da Vunesp possui muitas características semelhantes à proposta da prova do Enem, como a diversificação de temas e a exigência de familiaridade com assuntos da História da Filosofia Ocidental. No entanto, a 2ª fase tem trazido questões que exigem mais a capacidade de articular conhecimentos específicos de Filosofia com o texto, além de estabelecer relações, geralmente de contraste, entre determinados temas e posições filosóficas.

 

 

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