Apesar das diversas tendências do vestibular para geografia e variações de forma e conteúdo entre os exames selecionados, podemos constatar algumas características comuns, como:
- uma grande abrangência do programa, pressupondo conhecimento do conteúdo referente à matéria do Ensino Fundamental e Médio;
- marcante diversidade de assuntos a que se presta a disciplina de Geografia, que trata de aspectos naturais, humanos, econômicos, socioculturais, geopolíticos e ambientais; enfim, um típico exame de conhecimentos gerais;
- uma tradicional divisão entre questões de Geografia do Brasil (problemas sociais e urbanos, ambientais e econômicos) – agropecuária, indústria, transporte e recursos naturais fontes de energia e minérios –, além de domínios naturais, Geografia Geral (geopolítica – mundo contemporâneo –, cartografia, pedologia, geomorfologia, climatologia, geopolítica dos mares e oceanos, problemas ambientais, economia mundial – agropecuária, indústria, transportes e recursos naturais (fontes de energia e minérios), além de problemas populacionais (urbanos e sociais)e Geografia Regional do mundo (Estados Unidos, União Europeia, Rússia, Tigres Asiáticos e América Latina);
- as provas, em sua maioria, apresentam o predomínio de questões de Geografia Geral e do Brasil, numa variação de 40% a 50% entre ambas, e Geografia Regional do Mundo (10%);
- existência de questões de atualidade que supõem a informação sobre eventos e fatos recentes (inclusive nos meses imediatamente anteriores à prova) de âmbito nacional e internacional, tanto na política, como na questão das Coreias e do Brexit, quanto na economia e sociedade, com questões sobre a formação de blocos econômicos ou desindustrialização, e relacionadas à preservação do meio ambiente, como as sobre o Acordo de Paris;
- grande número de questões que exigem do estudante a capacidade de compreensão e análise de textos, tabelas, gráficos e mapas;
- as questões nos atuais vestibulares vêm privilegiando a interdisciplinaridade e temas que possam ser contextualizados. Dessa forma, mesmo temas tradicionais acabam tendo uma abordagem mais atual.
Enem:
Prova com questões contextualizadas, atuais e interdisciplinares, apresentando ainda baixo a médio grau de complexidade, porém muito similar aos exames dos grandes vestibulares, principalmente em Geografia Física.
Fuvest – 1ª fase:
A prova manteve o padrão de um exame com questões inteligentes e criativas, que exigem bom domínio dos conteúdos programáticos, capacidade de inter-relação entre os vários aspectos que compõem o espaço geográfico para melhor compreendê-lo, capacidade de interpretar mapas, imagens e textos; enfim, uma prova dirigida aos candidatos melhor preparados. A boa capacidade redacional foi fundamental.
A questão sobre as Coreias mostrou a importância de o aluno estar conectado com temas da atualidade, principalmente voltados à geopolítica.
A criatividade no uso de um esquema com o ciclo de formação das rochas, para que o aluno analisasse fatores geomorfológicos, marcou a prova da Fuvest, exigindo um bom domínio de um tema clássico de geografia física.
Unicamp:
Das três, foi a mais inteligente por exigir capacidade de análise, interpretação e domínio de conteúdo, também mesclando questões clássicas e atuais. Também pesou a boa capacidade redacional.
A questão sobre um assunto clássico, urbanização, mostrou a importância da geografia tradicional, com uma abordagem atual.
Fundamental a necessidade de redação para uma questão tão atual, sobre a discussão do welfare state (ou estado do bem-estar social).
Vunesp – 2ª fase:
Das provas, a mais simples e eficiente em sua avaliação, apresentando também questões interdisciplinares e contextualizadas.
Esta questão simples, de demografia, marcou a linha da prova.
A questão sobre a formação das ilhas de calor mostra a contextualização da prova com assuntos atuais.