Os cursos de Engenharia estão entre os mais concorridos do Brasil. Na última edição do Sistema de Seleção Unificada (SiSU), por exemplo, 10 das 30 maiores notas de corte pertenciam a carreiras dessa área.
Porém, os desafios dos estudantes com interesse nessa profissão começam antes mesmo da disputa por uma vaga. As universidades brasileiras oferecem mais de 30 especializações nesse ramo, o que leva muitos candidatos a ficarem em dúvida sobre qual é a opção certa para eles.
Pensando nisso, nós preparamos uma lista com os principais cursos de Engenharia oferecidos no Brasil para te explicar as particularidades de cada um, bem como suas áreas de atuação. Quer saber mais? Então continue a leitura!
Em primeiro lugar, os vestibulandos que desejam seguir a carreira de engenheiro devem ter em mente algumas semelhanças entre todas as opções disponíveis, como a forte ligação da área com as Ciências Exatas.
“Os estudantes terão um profundo contato com tópicos de Física e de Matemática, independentemente da especialização. Já os conteúdos de Química aparecem em maior ou menor escala dependendo da ênfase escolhida”, explica Alexandre Borges, coordenador de Matemática do Curso Etapa, formado em Engenharia de Produção Química pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
Além da forte associação com essas disciplinas, os cursos de Engenharia cada vez mais estabelecem um vínculo com outras áreas do conhecimento. “Atualmente, muitas matérias que são vistas após o ciclo básico, geralmente ministradas a partir do quinto semestre, abordam temas ligados a Biologia e a Geografia, por exemplo. Sem falar nos conteúdos que possuem uma intersecção com outras carreiras, como Gestão e Marketing”, destaca Borges.
Outro ponto de atenção para os candidatos deve ser as diferenças entre as especializações. “Os cursos de Engenharia Aeronáutica, Civil, de Materiais, Elétrica, Mecânica, Mecatrônica, Naval e Química, por exemplo, possuem um perfil mais tecnológico, com um viés voltado para o desenvolvimento de projetos. Por isso, os universitários mantem um contato íntimo com as disciplinas de Ciências Exatas praticamente durante toda a graduação”, afirma Borges.
“Já a Engenharia de Produção está mais voltada para os setores administrativo, econômico e financeiro, o que leva essa especialidade a ter um direcionamento para a gestão dos recursos fabris e de serviços, assim como para a atuação no controle de qualidade dos mesmos”, pontua Borges.
“Outros cursos de Engenharia, como Agrícola, Ambiental, Cartográfica, de Pesca e Minas, por exemplo, se aprofundam em matérias de outras áreas do conhecimento, como Biologia e Geografia. Dessa forma, os engenheiros com essas formações tornam-se capazes de exercer funções simbióticas em diferentes setores. Vale destacar que essas são as especializações com o maior crescimento no mercado de trabalho atual e, ainda, que tendem a ter mais ofertas de emprego nos próximos anos”, acrescenta Borges.
Agora que você já entende quais são as principais semelhanças e diferenças entre as especializações da área, deve querer saber mais sobre cada uma das opções. Confira, a seguir, as particularidades de algumas carreiras.
O engenheiro aeronáutico é responsável por projetar, implantar os sistemas de funcionamento, construir e fazer a manutenção de aeronaves em geral, como aviões, foguetes, helicópteros, satélites e sondas espaciais. O curso de Engenharia Aeronáutica possui um viés mais tecnológico e permite que seus bacharéis sigam a carreira militar ou atuem na indústria, com infraestrutura aeronáutica ou em institutos de pesquisa aeroespacial.
Já o engenheiro civil pode atuar na fiscalização, inspeção, perícia, projeção, gerenciamento e execução da construção de edifícios e de obras de saneamento e transporte, por exemplo. Este curso também possui um perfil mais tecnológico, de forma que os profissionais com essa formação podem escolher entre empreender, seguir a carreira acadêmica, trabalhar em empresas privadas ou em órgãos públicos.
O engenheiro de Computação é responsável por projetar e construir hardwares e softwares, que compreendem, respectivamente, a parte física dos computadores e os programas virtuais. Além disso, os profissionais dessa área também podem automatizar processos industriais e robóticos, bem como gerenciar redes computacionais. No curso de Engenharia de Computação, os universitários aprendem a trabalhar com linguagens de programação.
Já o engenheiro de Produção pode atuar no gerenciamento de processos produtivos, o que inclui uma intersecção com Administração, Agroindústria, Economia, Finanças e Recursos Humanos, por exemplo. Os profissionais com formação nessa especialidade podem trabalhar em empresas de diferentes setores, como de alimentos, manufatura e petróleo, por exemplo.
O engenheiro elétrico é responsável pelo planejamento, a construção e a manutenção de sistemas de geração, transmissão e distribuição de energia. O curso de Engenharia Elétrica possui um viés mais tecnológico e permite que seus bacharéis atuem em obras de infraestrutura de diversos setores, como o de energias renováveis e de telecomunicações, por exemplo.
Já o engenheiro físico é responsável por aplicar os conhecimentos de Física, em conjunto com ferramentas matemáticas e recursos avançados de Informática, no desenvolvimento de novas tecnologias. Este curso possibilita que seus bacharéis trabalhem em diferentes setores, como de Biotecnologia, Computação Quântica, Finanças, Física Médica e Nanotecnologia, por exemplo.
O engenheiro mecânico pode atuar na projeção, construção, análise, pesquisa e manutenção de máquinas, motores, veículos e sistemas mecânicos em geral. O curso de Engenharia Mecânica também possui um perfil mais tecnológico, de forma que os profissionais com essa formação são aptos a trabalharem em diferentes setores, como a Aeronáutica, o Automobilístico e o Petroleiro, por exemplo.
Já o engenheiro mecatrônico é responsável por projetar, construir, operar e realizar a manutenção de automações industriais, incluindo máquinas e sistemas. Neste curso, os universitários têm contato com disciplinas de outras especialidades de Engenharia, como Computação, Elétrica, Eletrônica e Mecânica, de forma que os profissionais possam atuar em diferentes setores.
O engenheiro naval pode atuar na construção de embarcações e plataformas marítimas, no gerenciamento de transportes, na projeção de sistemas oceânicos ou com pesquisa. O curso de Engenharia Naval também possui um viés mais tecnológico, mas também exige um bom conhecimento em Cálculo e Mecânica. Seus bacharéis podem atuar em estaleiros, hidrovias e portos.
Já o engenheiro químico é responsável por desenvolver projetos industriais e transformar matérias-primas em produtos por meio de processos de Físico-química. Este curso oferece uma grade curricular bastante diversificada, o que possibilita aos profissionais dessa área atuarem em diferentes setores, incluindo as indústrias alimentícia, de beleza, farmacêutica, petroquímica e têxtil.
“Escolher uma opção entre tantos cursos de Engenharia pode não ser uma tarefa fácil. Por isso, antes de mais nada, os candidatos devem ter em mente que se especializar não os impedirá de atuar em outras áreas. Os profissionais formados em qualquer especialidade têm condições de mudarem de segmento, se assim desejarem, devido à formação básica comum a todos os cursos, principalmente quando se tratam de graduações correlatas”, informa Borges.
“De qualquer forma, quanto mais informações sobre os cursos e as universidades pretendidas os vestibulandos tiverem, melhor. Uma dica é conversar com profissionais das áreas de seu interesse e assistir às suas palestras para obter o máximo de informações possíveis sobre cada profissão”, complementa Borges.
“A afinidade com disciplinas de outras áreas do conhecimento também pode ajudar os estudantes na hora de escolher uma especialização. Mas vale destacar que, embora as novas tecnologias contribuam para a evolução dos cursos de Engenharia, ter afinidade com as matérias de Ciências Exatas ainda é um requisito importante para os candidatos dessa graduação”, conclui Borges.
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